segunda-feira, 26 de maio de 2014

Cursos Raízes Culturais · Pesquisadores debatem a cultura junina do Pará, em Belém


Seminário "Folias do Norte" será realizado pelo IAP nesta terça-feira (27).
'Oralidades' traz ainda o historiador Aldrin Figueiredo.



Tradição cultural do Pará é tema de encontro com pesquisadores. (Foto: Carlos Sodré - Agencia Pará)



Heranças de um tempo antigo, os festejos e folguedos em louvor ao divino estão imersos na história dos povos. Sagrados e profanos, eles ganham novos contornos com o avanço dos séculos e incorporam elementos que revigoram sua existência. "Na Antiguidade, faziam-se ritos que inspiraram as folias ou estão na sua origem. Elas são manifestações culturais que têm raízes históricas tão antigas quanto às primeiras comunidades humanas", comenta o sociólogo Emanuel Matos. O pesquisador é um dos convidados do seminário "Folias do Norte", realizado pelo Instituto Arraial do Pavulagem na terça-feira (27). A programação começa às 18h30 na sede do Instituto, no bairro da Campina, em Belém. A entrada é franca.

O seminário integra o calendário de atividades do Instituto para o Arrastão do Pavulagem 2014 - cortejo que reverencia os santos da quadra junina e a cultura popular brasileira há quase três décadas. É uma pausa na maratona de oficinas preparatórias para os arrastões, que têm patrocínio das leis Rouanet e Semear, e um novo momento no processo de construção do folguedo. Espaço de encontro entre o conhecimento científico e o saber tradicional. "Essa ideia de compartilhamento é o que a gente acredita para o cidadão do futuro, a junção desses elementos pode ser de grande valia para uma formação mais integral", afirma o Ronaldo Silva, presidente do Instituto Arraial do Pavulagem.

Este ano, o Oralidades também leva para a roda de conversas o historiador Aldrin Figueiredo, que fará um panorama das folias na região amazônica, com destaque para a Marujada de Bragança, o Marambiré e a Pastorinha de Alenquer. Ademar Leão Feio, membro e fundador da Irmandade dos Devotos do Glorioso São Sebastião, de Cachoeira do Arari, representa a tradição das festividades de santo do interior do Pará. A mediação será feita pelo músico de Junior Soares, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, devoto de São Benedito e que traz as referências da marujada bragantina para o debate.

Emanuel Matos abordará as relações entre sagrado e profano, a partir de uma perspectiva apolínea e dionisíaca. Ao evocar as divindades da mitologia grega, com Apolo, o deus da juventude e da luz; e Dinonísio, deus da loucura, do vinho e do delírio; Matos lembra a dualidade e o sincretismo que marcam os traços culturais dos povos em qualquer tempo. "Trabalho, festas, sagrado, embriagues, viagens espirituais e psíquicas sempre existiam. Nas folias, eles estão em perfeita sintonia. Nos rituais oficiais, eles estão lá firmes e fortes. Existem em cerimônias sacras. Há a presença do Eros [Deus do Amor]. Do vinho. Do prazer, do gozo espiritual", compara.

Com as vivências múltiplas dos participantes, ao seminário promete ser um terreno fértil para o diálogo tão diverso quanto às folias que percorrem o norte brasileiro. "O interessante é ter acesso ao olhar de cada um e como essa realidade é pensada, processada para esse momento de troca. Como que cada um deles vai buscar dentro do universo que eles dominam os pontos de encontro. O Oralidades é muito necessário para abastecer os brincantes de conteúdos para construção dos cortejos e a cada vez mais a gente vai aprofundando esse conceito", avalia Ronaldo.

Serviço
Projeto Oralidades apresenta seminário "Folias do Norte". Dia 27 de maio, às 18h30, na sede do Instituto Arraial do Pavulagem (Rua Boulevard Castilhos França, 738, em frente à Praça dos Estivadores. Bairro da Campina). Entrada Franca.

fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2014/05/pesquisadores-debatem-cultura-junina-do-para-em-belem.html


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